terça-feira, 15 de abril de 2008

Derek & The Dominos

O Derek & The Dominos é a banda setentona de Eric Clapton, que vem acompanhado de Bobby Whitlock (teclados), Carl Raddle (baixo) e Jim Gordon (bateria).

O grupo estreiou em 1970 com o clássico "Layla And Other Assorted Love Songs", contando com a participação especial do guitarrista Duanne Allman (Allman Brothers). O álbum foi um sucesso puxado pela canção "Layla", um dos maiores hits da carreira de Clapton.

Em 1971 a banda já estava em processo de gravação do segundo álbum quando Eric Clapton teve que se isolar por conta de sérios problemas com a dependência por heroína. Nesse mesmo ano Duanne, que quase já estava oficialmente na banda, morreu num acidente de motocicleta.

Em 1973 foi lançado o álbum "Derek & The Dominos In Concert", com o antológico concerto no Fillmore East, gravado durante a turnê pelos EUA em 1970, um desses caôs de gravadora que deu certo.


"Layla And Other Assorted Love Songs"

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Com mil raios Sérgio Sampaio


O Capixaba, do quente município de Cachoeiro de Itapemirim, Sérgio Moraes Sampaio, nascido em 1947, foi um cantor e compositor maldito interessante. Botou o bloco na rua, fez um disco louco com Raul Seixas, Miriam Batucada e Edir Star, viajou de trem nessa vida danada, viu filme de terror, mandou Zebedeu calar a boca aos berros de seus leros e boleros e morreu na merda em 1994.

O magrelo foi radialista no sul do Espírito Santo em Cachoeiro e depois foi tentar a careira musical na cidade maravilhosa, que é de São Sebastião do Rio de Janeiro. Teve a sorte de assinar um contrato com a CBS (hoje Sony BMG) em 1971, quando lançou o ícone "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10", ao lado dos figuraças já citados. E no ano seguinte, lançou a marcha-rancho Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua no Festival Internacional da Canção, música que se tornou sucesso nacional e deu nome ao primeiro disco solo de Sérgio Sampaio.

Apesar do sucesso do compacto do Bloco, o LP não foi bem-sucedido, em parte pelo comportamento displicente de Sérgio, que se dedicava mais à vida boêmia carioca do que à divulgação do álbum. Mas, na verdade o disco é colossal. Vale a pena conferir. Ouça no volume máximo e tomando uma caipirinha.

Eu quero é botar meu bloco na rua

sexta-feira, 14 de março de 2008

Hermeto, o bruxo imitador de pássaros

Hermeto Pascoal: Zabumbê-bum-á (1979)

Hermeto Pascoal é o compositor arranjador e multiinstrumentista brasileiro que mais experimentou novas sonoridades. O louco, o bruxo, o mago dos sons. Ainda hoje imita o barulho das águas nas corredeiras e os gorjeios na jabuticabeira na beira do lagos. Seu primeiro instrumento foi observar e imitar, o segundo, o acordeom de oito baixos de seu avô. Na década de 50, foi parar na rádio, assim como tantos outros da música brasileira e mundial. Lá, na Rádio Tamandaré conheceu Sivuca que o levou para a Rádio Jornal do Commercio e fazer uns “sonzinhos” com uma galera aê. Som Quatro, Sambrasa Trio e Quarteto Novo foram alguns dos grupos que ele participou, fora os festivais brasileiros e internacionais e a gravação de duas músicas sua com Miles Davis.

O álbum Zambumbê-bum-á é um trabalho que resume a fase áurea de Hermeto, que vai desde a Música Livre até o Cérebro Magnético, ou seja, Hermeto louco na década de setenta, quando ele inovou a música instrumental brasileira com linguagem própria, entre o regional e o jazz. Ou seja, o cara é um gênio... Ou não...

Uma dica: o disco tem que ser ouvido como se fosse uma trilha de um filme nordestino!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Southern tupiniquim


Boa musicalidade, os caras têm a "manha" do southern rock. Porém, as letras são fracas, o vocal é ruim e a timbragem é de rock brasuca, meio velhas virgens até. Tudo bem, nesse último caso a culpa não é da banda e sim dos estúdios brasileiros que não têm o conhecimento técnico e nem os equipamentos necessários para gravar um som que seja a cara do sul estadosunidenses. De boa, prefiro Sá, Rodrix e Guarabira, mas vale dar uma conferida no som do Bando do velho Jack e tirar suas próprias conclusões. Apesar das críticas o Bicho do mato não é tão mal assim.

O site dos caras é bem legal, tem as histórias da banda, fotos, agenda, contato, discografia e o nome dos integrantes... Confira... Ou não...


O Bando do Velho Jack: Bicho do Mato

quinta-feira, 6 de março de 2008

Projeto que deu certo

A Gov't Mule, fundada por Warren Haynes e Allen Woody em 1994, como um projeto paralelo ao Allman Brothers Band, é uma banda de southern rock que conquistou sua vida própria, com qualidade, bagagem e muitas milhas de som.


Já no primeiro disco, que
começa com a voz grave e tocante do Allman Brother Warren Haynes e seu um minuto e trinta e cinco segundos de poeira na cara, a banda diz a que veio. Simplesmente delirante. Um branquelo com uma puta voz negra e um bando de caipiras roqueiros fazendo o que há de melhor no bom e velho estilo southern rock, com direito a um cover do Free (Mr. Big) e uma dedicação a Frank Zappa (Left Coast Groovies).


A banda é: Warren Haynes - guitar, vocals, Allen Woody - bass (1994-2000), Matt Abts – drums, Danny Louis – keyboards, Andy Hess - bass.

A discografia segue abaixo, quando puder, escrevo sobre a trajetória dessa puta banda e dos Allmans Brothers... Ou não...
  • Gov't Mule, 1995
  • Live From Roseland Ballroom, 1996
  • Dose, 1998
  • Live ... With A Little Help From Our Friends, 1998
  • Life Before Insanity, 2000
  • The Deep End, Volume 1, 2001
  • The Deep End, Volume 2, 2002
  • The Deepest End, Live In Concert, 2003
  • Deja Voodoo, 2004
  • Mo' Voodoo (EP), 2005
  • High and Mighty, 2006
  • Live at Roseland Ballroom, 2007
  • Mighty High, 2007



Gov't Mule: lançado em 1995, o primeirão.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Arnaldo pós Mutantes e Loki


Arnaldo & Patrulha do Espaço: Elo Perdido

Ainda estou criando coragem para escrever sobre essa figuraça do rock and roll brasileiro. A criação dos mutantes, o relacionamenteo com Rita Lee, a separação, Loki, Patrulha do Espaço, ala psiquiátrica do Hospital do Servidor Público de São Paulo, o acidente, a recuperação, o isolamento e as mãos dadas com a música. Um dia ainda escrevo... Ou não...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Glenn Hughes antes dos Purples

Formado na Inglaterra, em 1969, o Trapeze - John Jones (vocal), Terry Rowley (teclados), Mel Galley (guitarra), Glenn Hughes (baixo) e Dave Holland (bateria) - estréia com um disco auto-intitulado, que só pode ter sido lançado em 1970. Logo em seguida, Jones e Rowley deixam a banda que passa a ser um power trio e aí a história começa.

Hughes assume os vocais, e continua no baixo e, juntamente com Mel Galley e Dave Holland, acabou se tornando o line-up mais conhecido e que representou os melhores momentos do Trapeze. Com essa formação eles lançaram três álbuns.

Em 1973 Jon Lord e Ian Paice, do Deep Purple, convidaram Glenn Hughes para substituir o baixista Roger Glover que havia deixado a banda ao lado do vocalista Ian Gillan e o resto da história todos conhecemos... Ou não...

Bom... Holland e Galley seguiram em frente com o Trapeze, que teve várias alterações mas continuou lançando álbuns regularmente. Em 1979, Dave Holland foi para o Judas Priest e, em 1982, Mel Galley ingressou no Whitesnake e, com isso, o Trapeze encerrou as atividades até 1990, quando Holland saiu do Judas Priest e remontou a banda que durou até 1994, quando a banda se separou de vez.


Trapeze: Meduza de 1970, o segundão da banda

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Dio antes de ser Dio

O Elf é a primeira banda de um dos maiores vocalistas de hard rock e heavy metal de todos os tempos: Ronald James Padavona, mais conhecido como Ronnie James Dio, o anão dos infernos.

Ainda nos anos 60 ele, David Feinstein (guitarra), Micky Lee Soule (guitarra e teclados), Craig Gruber (baixo) e Gary Driscoll (bateria) formaram a banda The Electric Elves, que depois passou a se chamar The Elves e, finalmente, Elf.

O primeiro álbum foi lançado em 1972 com produção do Deep Purple Roger Glover. O som é um rock n' roll com pitadas de blues e boogie, ou seja, quase nada do heavy metal que Dio viria a fazer anos depois.


Elf: o Primeirão

Em 1974 saiu "Carolina County Ball" (chamado "L.A. 59" nos EUA), que marcou a saída de David Feinstein, substituído por Steve Edwards.

Carolina County Ball: o Segundão

O terceiro e último álbum foi "Trying To Burn The Sun" de 1975. E o resto da história todos conhecemos... Ou não...


Trying To Burn The Sun: o Terceirão

Coloque no volume máximo...

sábado, 29 de setembro de 2007

Armstrong em solo lunar


Seria radiofônico se houvesse Meios de Comunicação de Massa sem jabá. Seria reggae, se não fosse também o ragga, o pop, o dub e o ska. Seria original se, antes, Joe Strummer, não fosse assim tão criativo e visceral. Para “A Poet’s Life”, o disco solo de Tim Armstrong, só se tem uma definição: agradavelmente colossal

Esse cara é uma das grandes figuras musicais da atualidade, já tocou no Operation Ivy, e ainda toca no Rancid, que, reza a lenda, terá um disco pronto ainda em 2007 - estou esparando impacientemente - e no Transplants, que afinal, é um puta projeto.

Com certeza no, "A Poet's Life", os fãs de ska e reggae Jamaico-inglês com climão surf-punk-rock californiano vão pirar. Só para se ter uma idéia, o cara chamou os Aggrolites (banda que toca old school reggae com funk e soul) para serem o apoio no disco, ou seja, a melhor banda de reggae surgida nos últimos tempos. E, com ela, Tim Armstrong explora sonoridades que vão desde o "Ska 2 Tone" (The Specials e Cia), com tecladinhos jazzístico "Mod" inglês dos anos 60 e 70 e uma pitada de "Ragga" jamaicano, e vai até o reggae e todas as suas variáveis (skinhead reggae, dub, roots e etc...). O mais legal é que tudo isso se harmoniza numa musicalidade com pegada pop bem definida e agradavelmente colossal.

Tim Armstrong: A Poet's Life

Abra uma cerveja e ouça!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O silêncio pretensioso dos últimos dias


Raiva, desespero, sofrimento e sede de morte, o filme “Last days”, de Gus Van Sant (Gênio indomável e Elephant) , consegue ser, ao mesmo tempo, chato e pretensioso. Sua temática é inspirada nos últimos dias de Kurt Cobain e faz referência ao poeta esquisito inglês William Blake, porém, sem seus ideais libertários e visões de anjo. Muito pelo contrário, o personagem central, interpretado por Michael Pitt é alienado e introspectivo. As suas visões são estereótipos da “Divina comédia” e seu mundo doentio como uma civilização empesteada. A falta de diálogos e ritmo lento leva o espectador a essa sensação. É nítida a intenção sacra e poética do silêncio habitada no filme, que o coloca numa ambientação próxima do documental e é essa falsa idéia que o torna enfadonho e afetado feito um tique nervoso de um dependente químico alucinado.

O apelo religioso, a mansão em ruínas imitando um castelo medieval, bem que lembram as ilustrações de Willian Blake e o período em que vivia Dante. O clima e as cores são totalmente europeus, ou uma Seattle recortada no imaginário místico de uma América solitária e depressiva que se amplifica com as visitas dos jovens mórmons, que transmitem no olhar medo, curiosidade e vontade se serem devorados e a aparição de um vendedor de anúncios nas páginas amarelas da lista telefônica frio, calculista, utilitarista e pragmático. De alguma forma é um raios-X no seio do estilo de vida norte americano: o imaculado trágico abismo de languidez, solidão, desespero e abuso de drogas, de um povo que impotentemente domina o mundo.

Uma boa crítica do filme está no: Pasmos Filtrados

Sobre o diretor Gus Van Sant na: Revista Época online