Arnaldo & Patrulha do Espaço: Elo Perdido
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Arnaldo pós Mutantes e Loki
Arnaldo & Patrulha do Espaço: Elo Perdido
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Glenn Hughes antes dos Purples
Hughes assume os vocais, e continua no baixo e, juntamente com Mel Galley e Dave Holland, acabou se tornando o line-up mais conhecido e que representou os melhores momentos do Trapeze. Com essa formação eles lançaram três álbuns.
Em 1973 Jon Lord e Ian Paice, do Deep Purple, convidaram Glenn Hughes para substituir o baixista Roger Glover que havia deixado a banda ao lado do vocalista Ian Gillan e o resto da história todos conhecemos... Ou não...
Bom... Holland e Galley seguiram em frente com o Trapeze, que teve várias alterações mas continuou lançando álbuns regularmente. Em 1979, Dave Holland foi para o Judas Priest e, em 1982, Mel Galley ingressou no Whitesnake e, com isso, o Trapeze encerrou as atividades até 1990, quando Holland saiu do Judas Priest e remontou a banda que durou até 1994, quando a banda se separou de vez.

Trapeze: Meduza de 1970, o segundão da banda
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Dio antes de ser Dio
Ainda nos anos 60 ele, David Feinstein (guitarra), Micky Lee Soule (guitarra e teclados), Craig Gruber (baixo) e Gary Driscoll (bateria) formaram a banda The Electric Elves, que depois passou a se chamar The Elves e, finalmente, Elf.
O primeiro álbum foi lançado em 1972 com produção do Deep Purple Roger Glover. O som é um rock n' roll com pitadas de blues e boogie, ou seja, quase nada do heavy metal que Dio viria a fazer anos depois.

Elf: o Primeirão
Em 1974 saiu "Carolina County Ball" (chamado "L.A. 59" nos EUA), que marcou a saída de David Feinstein, substituído por Steve Edwards.

O terceiro e último álbum foi "Trying To Burn The Sun" de 1975. E o resto da história todos conhecemos... Ou não...

Trying To Burn The Sun: o Terceirão
Coloque no volume máximo...
sábado, 29 de setembro de 2007
Armstrong em solo lunar

Seria radiofônico se houvesse Meios de Comunicação de Massa sem jabá. Seria reggae, se não fosse também o ragga, o pop, o dub e o ska. Seria original se, antes, Joe Strummer, não fosse assim tão criativo e visceral. Para “A Poet’s Life”, o disco solo de Tim Armstrong, só se tem uma definição: agradavelmente colossal
Esse cara é uma das grandes figuras musicais da atualidade, já tocou no Operation Ivy, e ainda toca no Rancid, que, reza a lenda, terá um disco pronto ainda em 2007 - estou esparando impacientemente - e no Transplants, que afinal, é um puta projeto.
Com certeza no, "A Poet's Life", os fãs de ska e reggae Jamaico-inglês com climão surf-punk-rock californiano vão pirar. Só para se ter uma idéia, o cara chamou os Aggrolites (banda que toca old school reggae com funk e soul) para serem o apoio no disco, ou seja, a melhor banda de reggae surgida nos últimos tempos. E, com ela, Tim Armstrong explora sonoridades que vão desde o "Ska 2 Tone" (The Specials e Cia), com tecladinhos jazzístico "Mod" inglês dos anos 60 e 70 e uma pitada de "Ragga" jamaicano, e vai até o reggae e todas as suas variáveis (skinhead reggae, dub, roots e etc...). O mais legal é que tudo isso se harmoniza numa musicalidade com pegada pop bem definida e agradavelmente colossal.
Abra uma cerveja e ouça!
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
O silêncio pretensioso dos últimos dias

Raiva, desespero, sofrimento e sede de morte, o filme “Last days”, de Gus Van Sant (Gênio indomável e Elephant) , consegue ser, ao mesmo tempo, chato e pretensioso. Sua temática é inspirada nos últimos dias de Kurt Cobain e faz referência ao poeta esquisito inglês William Blake, porém, sem seus ideais libertários e visões de anjo. Muito pelo contrário, o personagem central, interpretado por Michael Pitt é alienado e introspectivo. As suas visões são estereótipos da “Divina comédia” e seu mundo doentio como uma civilização empesteada. A falta de diálogos e ritmo lento leva o espectador a essa sensação. É nítida a intenção sacra e poética do silêncio habitada no filme, que o coloca numa ambientação próxima do documental e é essa falsa idéia que o torna enfadonho e afetado feito um tique nervoso de um dependente químico alucinado.
O apelo religioso, a mansão em ruínas imitando um castelo medieval, bem que lembram as ilustrações de Willian Blake e o período em que vivia Dante. O clima e as cores são totalmente europeus, ou uma Seattle recortada no imaginário místico de uma América solitária e depressiva que se amplifica com as visitas dos jovens mórmons, que transmitem no olhar medo, curiosidade e vontade se serem devorados e a aparição de um vendedor de anúncios nas páginas amarelas da lista telefônica frio, calculista, utilitarista e pragmático. De alguma forma é um raios-X no seio do estilo de vida norte americano: o imaculado trágico abismo de languidez, solidão, desespero e abuso de drogas, de um povo que impotentemente domina o mundo.
Uma boa crítica do filme está no: Pasmos Filtrados
quarta-feira, 6 de junho de 2007
30 anos de Bad Brains

Build a Nation
O novo álbum do Bad Brains, “Build a Nation”, tem a produção de Adam Yauch, dos Beasties Boys e conta com a sua formação original: o rastaman de voz poderosa e atitudes punks nos palcos H.R., o virtuoso criador de várias frases de guitarra Dr. Know, o baixista marcador pesado Darryl Jenifer e o baterista de mãos nervosas nas partes rápidas e punhos precisos nos reggaes Earl Hudson. Esse é o primeiro do grupo desde 1995, quando foi lançado “God of Love”, que, diga-se de passagem, também é um discaço.
O Bad Brains é uma das bandas primordiais do punk rock e a previsão para o lançamento de seu álbum é dia 26 de julho, mas já pode ser encontrado no soulseek desde jah (putz, trocadilho horroroso).
O disco é fenomenal, tem o dedo Beastie Boy de Adam, que evidenciou na banda o que eles já vinham procurando: um toque dub contemporâneo, mas sem perder a pegada HC. Com a modernice, a banda ganhou um coro vocal maravilhoso com direito a muito eco e sobreposições de guitarras. A marcação firme e auto-sustentável da junção baixo e bateria continua como sempre: implacável. O disco é recheado de hc, reggae e punk rock.
As faixas de “Build a Nation” são:
01. Give Thanks and Praises
02. Jah People Make the World Go Round
03. Pure Love
04. Natty Dreadlocks ‘pon the Mountaintop
05. Build a Nation
06. Expand Your Soul
07. Jah Love
08. Let There Be Angels (Just Like You)
09. Universal Peace
10. Roll On
11. Until Kingdom Comes
12. In the Beginning
13. Send You No More Flowers

terça-feira, 5 de junho de 2007
"Smetak, Smetak e Musak e Razão"

Anton Walter Smetak, suíço de nascimento - Zurique, 12 de fevereiro de 1913 – e baiano de escolha – Morreu em Salvador no dia 30 de maio de 1984 -, foi um músico exepcional e influenciou uma geração de ídolos nascionais como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Marco Antônio Guimarães. De dedicação, inicialmente, à música clássica, um exímio violoncelista, ele chegou ao Brasil em 1937.
Também compositor, escritor, escultor e construtor de instrumentos musicais, Smetak lecionou na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia e fundiu vários elementos eruditos e populares, incrementando o ruído como uma ferramenta sonora. Ele acreditava que nem todo som precisava ser música. E foi com esse princípio que seguiu em sua jornada de pesquisa e confecção artesanal de seus instrumentos, que, acima de tudo, são verdadeiras obras de arte inseridas num suspiro filosófico.
Filho de checos, Smetak desde cedo teve contato com a música. Seu pai era tocador de cítara e foi seu primeiro professor. Embora desejasse tocar piano, um acidente que tirou a coordenação de sua mão direita fez com que estudasse violoncelo. Formou-se no Mozarteum de Salzburg e tornou-se concertista em 1934 no Conservatório de Viena, junto a Pablo Casals.
Contratado por uma Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, que ele só descobriu que não existia após sua chegada ao Brasil, em 1937, passou a viver em São Paulo e no Rio de Janeiro, tocando em festas, cassinos e orquestras de rádio. Nesse período, acompanhou cantores em gravações e chegou a tocar com Carmem Miranda.
Ele se mudou para Salvador apenas em 1957, quando foi chamado pelo maestro e compositor alemão Hans Joachim Koellreuter, para ser pesquisador e professor da cadeira “som e acústica” da UFBA. Foi quando conheceu a teosofia e passou a realizar pesquisas sonoras. Construiu uma oficina onde criava instrumentos musicais com tubos de PVC, cabaças, isopor e outros materiais pouco usuais. Alguns dos instrumentos não têm utilidade puramente musical. São esculturas influenciadas por sua forma mística de encarar a música e as estruturas. Ao longo de sua permanência na universidade, o músico construiu cerca de 150 instrumentos, os quais chamou de "plásticas sonoras". Além disso atuou como violoncelista na Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia e também foi escultor e escritor. Participou em 1967 da I Bienal de Artes Plásticas de Salvador e escreveu mais de 30 livros e três peças teatrais.
A partir de 1969, a sua oficina passou a ser freqüentada por Gilberto Gil – que além de aluno passou a ser seu amigo -, Rogério Duarte e Tuzé de Abreu, Gereba, Djalma Correia e Marco Antônio Guimarães. Para executar seus instrumentos, a maioria de execução coletiva, criou, com os alunos da universidade, o "Grupo de Mendigos", que realizou apresentações na Bahia e em São Paulo.
Smetak acreditava que a música microtonal era superior à tonal e construiu ou adaptou muitos instrumentos para a execução desse tipo de música. Para muitos teóricos, essa é a sua maior contribuição para a história da música brasileira, e, quem sabe, mundial. Faleceu no dia 30 de maio de 1984, em Salvador. Suas "plásticas sonoras" encontram-se em exposição na Biblioteca Reitor Macedo Costa, no Campus de Ondina, Salvador.
O escritor Augusto de Campos lembra que Smetak é um ano mais novo que o músico, também experimentalista, norte-americano John Milton Cage. E lamenta que seu primeiro disco (Philips 6349-110) só veio a ser gravado em 1974, produzido por Roberto Santana e Caetano Veloso e montado por Caê e Gil, o LP recebeu um tratamento excepcional até no seu aspecto gráfico, com a bela capa dupla que teve orientação visual de Rogério Duarte. “Não fora o apoio dos baianos, provavelmente Smetak seria até hoje ignorado”, afirma Campos em seu texto “Smetak para quem souber”, que denuncia a falta de memória e de atenção que damos à arte brasileira.

Fontes:
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Antibalas: a fusão do Brooklyn

Foi assim que eu conheci o “Antibalas Afrobeat Orchestra”, em 2004, ao pesquisar sobre a cena musical novaiorquina. Na época, eles estavam lançando o disco “who is this america”. O “Antibalas” é uma banda de afrobeat (gênero popularizado nos anos 70 pelo nigeriano Fela Kuti, que morreu de Aids em 1997) do Brooklyn, NY - EUA, que mistura, desde 1998, música latina, yorubá (parecido com o do candomblé), dub, jazz e funk. Além dessa salada, o que construiu uma sonoridade original, uma outra característica do grupo são os inúmeros discursos políticos que tomam conta de suas apresentações ao vivo e as prolongadas jams sessions com15, 20 e até 25 minutos de duração.
A banda acabou de lançar o seu quarto disco: "Security". O álbum tem a co-produção de John McEntire, do Tortoise. A escola musical do grupo vem das festas organizadas no Brooklin - bairro onde ainda residem. Segundo crítica de Rodrigo Silveira, um dos fundadores do Selo Instituto, o último álbum da banda é explosivo e polirrítmico, “estão ali as frases de metais bem demarcadas, a linha de baixo e a bateria quebradas, soprando as brasas, mantendo um calor setentão, mas estão presentes, também, alguns sons sobrenaturais, que assombram muitos discos do Tortoise”.
Eu prefiro os três primeiros (Talkatif, Liberation Afro Beat vol-1 e Who is This América), acho mais sem frescuras e mais afro-latino, sem muita papagaiada de efeitos sinistros e climinhas para chill-outs.