segunda-feira, 4 de junho de 2007

Antibalas: a fusão do Brooklyn

Sem sombra de dúvidas que a internet é uma “arma quente” na mão dos ansiosos. Ela ascende, derruba, inventa, mostra, vicia, dilui, machuca e alivia. Não tenho muito saco para a hiperinformação, confesso que não tenho nenhuma paciência para navegar ao léu, fuçar a vida dos outros no orkut, baixar programas e fazer update, bater boca em blog e perder tempo no msn. Eu a utilizo para pesquisar o que ainda não achei nas revistas, nos livro, ou quando não tenho grana (aliás, esse é o maior motivo para o uso dessa ferramenta). Mas, mesmo assim, tenho lá as minhas devassidões, e baixar música é uma delas. Porém o faço com critérios: busco informações, pesquiso cenários e bandas, entro em alguns fóruns e, quando necessário, pergunto para algum navegante moribundo especialista.

Foi assim que eu conheci o “Antibalas Afrobeat Orchestra”, em 2004, ao pesquisar sobre a cena musical novaiorquina. Na época, eles estavam lançando o disco “who is this america”. O “Antibalas” é uma banda de afrobeat (gênero popularizado nos anos 70 pelo nigeriano Fela Kuti, que morreu de Aids em 1997) do Brooklyn, NY - EUA, que mistura, desde 1998, música latina, yorubá (parecido com o do candomblé), dub, jazz e funk. Além dessa salada, o que construiu uma sonoridade original, uma outra característica do grupo são os inúmeros discursos políticos que tomam conta de suas apresentações ao vivo e as prolongadas jams sessions com15, 20 e até 25 minutos de duração.

A banda acabou de lançar o seu quarto disco: "Security". O álbum tem a co-produção de John McEntire, do Tortoise. A escola musical do grupo vem das festas organizadas no Brooklin - bairro onde ainda residem. Segundo crítica de Rodrigo Silveira, um dos fundadores do Selo Instituto, o último álbum da banda é explosivo e polirrítmico, “estão ali as frases de metais bem demarcadas, a linha de baixo e a bateria quebradas, soprando as brasas, mantendo um calor setentão, mas estão presentes, também, alguns sons sobrenaturais, que assombram muitos discos do Tortoise”.

Eu prefiro os três primeiros (Talkatif, Liberation Afro Beat vol-1 e Who is This América), acho mais sem frescuras e mais afro-latino, sem muita papagaiada de efeitos sinistros e climinhas para chill-outs.



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