Alceu Paiva Valença nasceu em São Bento do Una, no interior de Pernambuco, nos limites do agreste, em 1946 e é um dos compositores e cantores mais originais e influentes da Música Popular Brasileira, navegando por Luiz Gonzaga, Elvis, Pink Floyd e Piazzola. Mas é claro que sua grande mistura entre a nordestinidade e o rock eletrificado e a sintetizidade pop dos anos 80 é a sua marca. É fácil achar maracatus, cocos, repentes, baiões, toadas, frevo, caboclinhos, emboladas, aboios, reggae, forrós, xotes, rock cinqüentão e progressivo em suas canções.
Através dos alto-falantes dos interiores, uma espécie de rádio-poste da época, Alceu conheceu Jackson do Pandeiro, Gonzagão e Marinês. Em casa, a influência ficou por conta do avô, Orestes Alves Valença, que era poeta, cantador e violeiro. Aos 10 anos vai para Capital, Recife, onde descobriu o Brasil: Sambas, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Bossa Nova, Jazz e o Rock and Roll.
Se formou em direito no Recife, em 1969, mas também brincava de ser jornalista - trabalhou como correspondente do Jornal do Brasil. Mas seu grande barato foi resolver ser artista e Pernambuco e seus carnavais foi uma grande escola. A Mistura, mesmo não sendo uma idéia genuína, pois já se tinha o tropicalismo e Raulzito Baiano Seixas, que é contemporâneo, é muito interessante, sobretudo nos anos setenta, antes de ser “Pop Valença”. Porém, a sua pesquisa e execução são maravilhosas e atemporais.
Em 1971, vai para o Rio de Janeiro com o amigo e incentivador Geraldo Azevedo. Começa a participar de festivais universitários, como o daTV Tupi a faixa Planetário. Nada acontece. Nenhuma classificação, pois a orquestra do evento não conseguiu tocar o arranjo da canção. Em 1974 ganha o prêmio de “música sem pé nem cabeça”, ou seja, artista revelação, com Danado pra Catente – nessa Zé Ramalho estava tocando viola e cantando com ele.
Vale a pena conferir toda sua obra da década de setenta, assim como todas as entrevistas da época. Nos anos oitenta, apesar de ter virado MPB “popão”, tem muita coisa boa: coração bobo, cinco sentidos, anjo avesso, mágico e “um puta” disco ao vivo em Montreux. Nos anos noventa indico o 7 sentidos e maracatus-pa-e-bolas-mariolas. O resto é chato e isso inclui os DVDs e entrevistas. Alceu ficou over. Ah, tem o Ensaio da TVE que é maravilhoso. Faça várias caipirinhas e divirta-se!
Alceu & Geraldo Azevedo Ano de lançamento: 1972 | A Noite do Espantalho Ano de lançamento: 1974 | Molhado de Suor | Vivo |
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Espelho Cristalino | Saudade de Pernambuco | Coração Bobo | Cinco Sentidos |
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Cavalo de Pau | Anjo Avesso | Mágico | Estação da Luz |
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Ao Vivo | Rubi | Leque Moleque | Oropa, França e Bahia |
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Andar Andar | 7 Desejos | Maracatú, Batuques e ... | Sol e Chuva |
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Forró de Todos os Tempos | Todos os Cantos | Forró Lunar | De Janeiro a Janeiro |
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Ao Vivo em Todos os Sentidos | Na Embolada do Tempo | Marco Zero ao Vivo |
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