sábado, 8 de novembro de 2008

Dom Salvador: pianista brasileiro


Sua carreira musical teve início aos 12 anos de idade, como pianista em uma orquestra. Tornou-se conhecido em 1961, mesmo ano em que mudou-se para o Rio de Janeiro a convite do baterista Dom Um Romão, onde passou a fazer parte do grupo Copa Trio.

Em 1965, gravou o disco Salvador Trio, como integrante de um grupo com o mesmo nome. Logo depois, formou o grupo Rio 65 Trio, com o qual gravou um LP que representava a Música Moderna Brasileira - um contra-ponto inserido na Bossa Nova.

No ano seguinte, o Rio 65 Trio viajou para a Europa, juntamente com outros músicos como Edu Lobo, Syilvia Telles e Rosinha Valença, entre outros. Depois de apresentar-se em muitos países, o grupo gravou outro LP, na Alemanha.

Ainda em 1966, Dom Salvador foi para os Estados Unidos juntamente com outros músicos, e retornou a esse país na companhia de Elza Soares. Desta vez, fez amizade com vários músicos de jazz, como Thelonious Monk, Charles Lloyd e vários outros.

Retornando ao Brasil tornou-se produtor musical e pesquisador, tendo esta última ocupação motivado viagens para vários outros países. Ainda na década de 60 lançou vários LPs com o Dom Salvador Trio

Em 1970, fez parte do grupo Abolição, juntamente com integrantes dos grupos Cry Babies e Impacto 8, criando assim o embrião do que viria a ser o movimento Black Rio.

Atualmente, Dom Salvador vive em Nova York, onde toca piano em um restaurante. Os discos gravados por ele entre os anos 60 e 70 são, hoje, raridades vendidas a preços altos, quando encontradas.

Nos anos 2000, essa jóia rara do patrimônio cultural brasileiro, que vivendo há mais de três décadas nos EUA, Dom Salvador voltou ao mercado natal lançando o CD Dom Salvador Trio pela Biscoito Fino.

Não são 35 anos de ausência do mercado brasileiro, como a imprensa andou divulgando. Dentre outros poucos títulos do músico, em 2003 o Dom Salvador Trio lançou pela gravadora paulistana Lua Music seu álbum anterior, Transition. Acompanhado por Duduka da Fonseca (bateria) e Rogério Botter Maio (baixo), o disco era uma edição nacional do original americano gravado em janeiro de 1997. Dessa vez, porém, Dom Salvador gravou em um estúdio brasileiro em apenas dois dias, 8 e 9 de janeiro de 2007.

Passados dez anos, o trio apresenta a mesma sintonia fina de grandes músicos de jazz. A idéia de Dom Salvador era reeditar o famoso Rio 65 Trio, que formou com o mesmo baixista Sérgio Barroso e com o lendário baterista Édison Machado, morto em 1990 e aqui substituído por Duduka. O clima de samba jazz remete a sofisticada bossa que surgiu no Brasil e logo ganhou prestígio em todo mundo. Apimentando o banquinho e o violão, essa música tinha ares de samba e flertava de perto com os improvisos e a riqueza do jazz. Uma famosa e bem sucedida mistura brasileira.

São doze temas, todos com assinatura do pianista. Em Unificação Dom Salvador divide a criação com o músico Marco Versiani, também radicado e com carreira estabilizada nos EUA.

Animado com essa espécie de releitura da carreira, Dom Salvador planeja agora remontar - com outro nome - o antológico grupo Abolição, que tinha apenas músicos negros e ficou eternizado no clássico LP Som, sangue e raça, de 1971.

Parte da discografia é:

(1965) RIO 65 TRIO – RIO 65 TRIO

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(1966) RIO 65 TRIO – A HORA E VEZ DA M.P.M.

[A_Hora_e_Vez_da_MPM.jpg]



(1966) Tristeza







(1969) Dom Salvador



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2 comentários:

Kalunga disse...

Mentor, cê tá ficando velho...

Anônimo disse...

Qual é Kalunga, vc também!
Ahahahahahahah...